As emoções são tão essenciais quanto o ar. Para Charles Darwin, as emoções primárias, como alegria, tristeza, raiva e medo, são universais e possuem um significativo papel em nossas vidas ao contribuirem com a nossa adaptação e sobrevivência no meio em que vivemos.

Uma vez que o indivíduo interage com o meio em que vive, a cultura assume um importante papel na expressão das emoções, uma vez que o indivíduo passa, então, a expressar-se de acordo com as regras implícitas da sociedade: muitas vezes exprimindo as emoções aceitas e reprimindo as não aceitas pelo contexto social.

Daí, surgem diversos mitos emocionais que ganham força e veracidade a partir de uma interpretação aceita pelo contexto social, mas distorcida e disfuncional que pode acarretar em prejuízos e desconforto emocional justamente permitir a expressão das emoções de forma funcional e saudável.

Mas, o que é um mito emocional? São ideias rígidas e supergeneralizadas a respeito das emoções, muitas vezes criadas em contextos invalidantes ao longo de nossas vidas. Assim, se as emoções foram tratadas com reprovação, pode ser que o indivíduo tenha aprendido que as suas emoções são inaceitáveis, ou, se estas mesmas emoções foram ignoradas no processo de desenvolvimento deste indivíduo, pode ser que ele tenha aprendido que as suas emoções não são importantes e tenha aprendido a descartá-las.

Vamos aos mitos!

“Deixar que os outros saibam que estou me sentindo mal é fraqueza”.
Na verdade, demonstrar suas fraquezas e limitações aos outros é justamente o que te possibilita receber ajuda! Mostrar que temos pontos fracos é reconhecer que somos humanos.

“Sentimentos negativos são ruins e destrutivos”.
Não existe sentimento negativo! Existem sentimentos agradáveis e desagradáveis e todos eles são funcionais. Quando temos um sentimento ou uma emoção desagradável ela aparece para nos dizer que algo não está muito bem. Assim, pensar na razão por estarmos assim nos possibilita procurar por ajuda e pelos recursos a nosso dispor para realizar as mudanças necessárias.

“Se os outros não aprovam os meus sentimentos, eu obviamente não devo me sentir como me sinto”.
Nossos sentimentos são um importante recurso que temos a nosso favor: sentir medo nos protege, sentir raiva nos ajuda a resolver uma injustiça sofrida, sentir tristeza nos ajuda a elaborar uma situação difícil. As opiniões dos outros não deveriam determinar o que você faz com os seus próprios sentimentos!

“As emoções dolorosas não são importantes e devem ser ignoradas”.
As emoções dolorosas são as que possuem valor inestimável, pois é através delas que podemos descobrir sentimentos ocultos e aprender a lidar com eles de forma produtiva, adequada e saudável.